Corpo docente

PROFESSORES PERMANENTES

(atualizado em abril/2024)

 

ADRIANA DELBÓ LOPES

Doutora em Filosofia (Unicamp, 2006)

Áreas de orientação: Filosofia Política, Ética, Éstética

Temas: Crítica à modernidade, Crítica à cultura, Biopolítica

Autores: Nietzsche, Foucault, Schopenhauer

Linha de PesquisaÉtica e Filosofia Política

Orienta: Mestrado e Doutorado

 

Projeto atual de pesquisa:

As relações entre política, moral, formação e arte na preocupação de Nietzsche com a cultura

A crítica de Nietzsche à cultura de sua época (embrionada, segundo ele, desde o pensamento socrático) mobiliza suas análises dos valores cristãos, da interferência deles no Estado democrático moderno, da relação utilitária com arte (entre outros aspectos analisados por ele). Um tempo no qual a humanidade aposta na ideia de progresso e acredita ter descoberto os meios para o alcance da felicidade é uma época, para ele, de indivíduos saciados. Tendo em vista tais análises estarem atreladas à preocupação de Nietzsche com as condições para afloramento da cultura, ele diagnostica na humanidade seu adoecimento. Tudo aquilo que em seu julgamento tolhe ímpetos criativos, vontade de grandiosidade (noção de Burckhardt adotado em seu pensamento) requer genealogia e transvaloração. Se as potencialidades criativas não mais têm incentivo e permissão para manifestações, se a vida reduz-se à luta pela sobrevivência e pelo alcance de satisfações (com bem-estar, segurança, direitos), Nietzsche associa a redução da política à redução também de ímpetos próprios à humanidade: ímpetos criativos. É neste sentido que a noção de vida, que amparam os vínculos estabelecidos por Nietzsche entre criação, natureza e cultura requerem consideração à interferência schopenhaueriana em sua obra (através da ideia de vida como Vontade), bem como à sua elaboração posterior da noção de Vontade de Poder. Neste projeto objetiva-se também se ater à concepção nietzscheana de Formação (algo que ultrapassa o acesso ao conhecimento que deve ser ofertado pelas Instituições de Ensino), uma vez que ela também representa a vontade artística da natureza expressa na elaboração ininterrupta da vida de cada indivíduo. A capacidade de criação, própria à humanidade, também é prejudicada se a elaboração de si (tornar-se o que é) é ignorada e impossibilitada.

Currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4121259T6

E-mail: delbo@ufg.br

 

ADRIANO CORREIA SILVA

Doutor em Filosofia (Unicamp, 2002) / Pós-Doutorado (The New School, EUA, 2017) / Pós-Doutorado (Freie Universität Berlin, Alemanha, 2011)

Áreas de orientação: Ética, Filosofia Política, Filosofia do Direito e Estética

Autores: Hannah Arendt e alguns temas e aspectos das obras de I. Kant, Giorgio Agamben, F. Nietzsche e Michel Foucault

Linha de PesquisaÉtica e Filosofia Política

Orienta: Mestrado e Doutorado

 

Projeto atual de pesquisa: 

Modernidade política: da relação entre política e economia

Enquanto no projeto aprovado pelo CNPq para o período de 2010 a 2013 dedicamo-nos a investigar a afinidade entre os diagnósticos da modernidade concebidos Arendt e Foucault a partir dos problemas suscitados pela centralidade da vida biológica na configuração da vida política e social, com uma ênfase mais acentuada na obra arendtiana, visamos no projeto atual, como um desdobramento dessa mesma problemática, examinar as transformações na política moderna decorrentes da sua progressiva imbricação com a economia, notadamente a partir de sua matriz liberal. A vida, para Arendt, converteu-se em bem supremo, compreendida não apenas como vida nua, como queria Agamben, e não na inteira plenitude das suas possibilidades, como parecia sugerir Foucault, em grande medida como resultado da progressiva centralidade da economia no conjunto da vida social. Esse diagnóstico parece ser amplamente afim, em seus traços gerais, ao concebido por Foucault, em seus cursos de finais dos anos 1970, como Nascimento da biopolítica e Segurança, território, população ? essa é nossa hipótese mais geral. Para tal investigação será ainda central a delimitação dos contornos do que Arendt nomeia animal laborans e do que Foucault denomina homo oeconomicus.. 

Arendt e Nietzsche sobre o trágico da ação
As indicações iniciais para nossa reflexão sobre o trágico da ação foram fornecidas por Hannah Arendt, na obra A condição humana, principalmente quando ela reflete sobre as vicissitudes da atividade da ação e sobre as possibilidades de ela se autorredimir de suas infortunas mediante a promessa e o perdão. Ao refletir sobre a promessa como expediente de redenção da imprevisibilidade da ação, Arendt recorre diretamente a Nietzsche, como indicaremos, assim como concebe o perdão como remédio para a irreversibilidade da ação referindo-se especificamente a Jesus de Nazaré. Remanescia como suspeita, e agora como uma das hipóteses desta pesquisa, a afinidade entre capacidade de reconciliação mediante o perdão em Arendt com aquela mediante o esquecimento, como Nietzsche examina no início da segunda dissertação de A genealogia da moral. Esta suspeita foi posteriormente reforçada pelas análises levadas a cabo por Paul Ricoeur no epílogo de sua obra A memória, a história, o esquecimento, intitulado ?O perdão difícil?, no qual ele não apenas aproxima esquecimento e perdão como também articula as preocupações de Arendt e de Nietzsche com a relação íntima entre conservação da capacidade para o novo por meio da ação e o estabelecimento de uma relação reconciliada com o passado. Enquanto Arendt se esquivou de considerações psicológicas, por assim dizer, e focou sua atenção nas implicações das infortunas da ação na teia de relações humanas, Nietzsche situou mais explicitamente sua reflexão sobre a capacidade para o novo no âmbito da psicologia do ressentimento e dos expedientes ?terapêuticos? que podem redimir o indivíduo ativo da impotência decorrente de seu atrelamento compulsivo a um passado indisponível que não pode ser transformado. Por fim, as considerações de Bernard Williams e Martha Nussbaum sobre a relação entre ação e contingência (interna e externa) e de Pierre Aubenque sobre a fonte trágica da reflexão aristotélica sobre a filosofia prática conformam o quadro mais geral a partir do qual buscaremos refletir, a partir das obras de Nietzsche e Arendt, sobre os vínculos entre as fragilidades da ação e suas demandas por redenção, mas também entre ação e deliberada constituição do si-mesmo (self/Selbst). Os recentes esforços de vários reconhecidos pesquisadores das obras de Nietzsche e de Arendt por articular e explicitar as afinidades nas obras de ambos ? marcadamente no que diz respeito a uma reflexão sobre a ação ?, sem ignorar os profusos pontos divergentes, acabou por criar condições adequadas para uma reflexão sobre a relação entre ação, contingência e redenção/reconciliação na obra de ambos. Julgamos o tema altamente relevante para a interpretação de aspectos decisivos das obras de Nietzsche e Arendt, mas também para as reflexões contemporâneas sobre a ética e a política.

Currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?metodo=apresentar&id=K4730935T9

E-mail: adrianocorreia@ufg.br

 

ARACELI ROSICH SOARES VELLOSO

Doutora em Filosofia (UFRJ, 2004)

Áreas de orientação: Filosofia da Linguagem, Filosofia da Lógica e Semântica, Teoria do Conhecimento e Epistemologia

Temas: Quine (especialmente em discussões sobre a tese da indeterminação da tradução, o papel semântico e epistemológico dos categóricos de observação e relativismo ontológico); discussões sobre relativismo conceitual e incomensurabilidade entre teorias, principalmente em Wittgenstein, Davidson e Quine; filosofia da lógica: teoria dos modelos, teoria das categorias, morfismos e grupos, teoria dos tipos; Frege

Autores: Quine, Davidson, Frege, Goodman, Wittgenstein (2ª fase), Carnap e positivistas, empiristas ingleses (Locke, Hume, Berkeley)

Linha de Pesquisa: Lógica e Filosofia da Linguagem

Orienta: Mestrado e Doutorado

Projeto atual de pesquisa: 

Uma crítica à visão funcional da linguagem e uma apologia da visão categórica: modelos alternativos e ruptura comunicacional

Teremos duas metas importantes nessa pesquisa: uma primeira de caráter mais preparatório e investigativo, na qual discutiremos certos problemas e dificuldades e uma segunda, de caráter mais positivo, na qual investigaremos alternativas aos problemas levantados. Na primeira etapa, investigaremos a noção de composicionalidade em Platão, Aristóteles, Frege, Wittgenstein e Quine, associando essa noção aos problemas que a sua pressuposição pretende resolver, quais sejam: o problema do falso e o problema das sentenças novas. Nossa hipótese consistirá, nessa etapa inicial em considerar essa noção como o principal vilão das teorias que se pretendem teorias universais da linguagem. Para sustentar nossa hipótese, investigaremos em detalhes dois argumentos famosos que, a nosso ver, pretendem acima de tudo questionar essa noção em seu papel de fundamentação a priori de qualquer linguagem: o argumento contra a linguagem privada de Wittgenstein e a teoria da indeterminação da tradução (tanto da referência quanto a tese mais forte da indeterminação holofrástica) de Quine. Na segunda etapa, pretendemos investigar uma alternativa ousada que consideramos ser efetivamente a proposta dos argumentos em questão: a de que, ao invés de falarmos em condições a priori de sentido (incluindo a postulação de entidades), anteriores a qualquer discurso, que nos dariam as condições para compor o sentido da sentença a partir da referência de suas partes, falemos em intercâmbio linguístico. Esse intercâmbio envolveria, em sua base, estruturas universais que estariam disponíveis apenas ao nível de aglomerados de sentenças inteiras, as unidades mínimas do discurso. Envolveriam também objetos, mas apenas como aqueles objetos que deveriam ser postulados para que as sentenças de uma linguagem qualquer fossem verdadeiras. Acreditamos que o espaço almejado pela argumentação desses dois filósofos, e pela nossa própria, seja o da possibilidade de alteração semântica dos conceitos a partir de condições

Frege e Quine: Continuação ou Ruptura?

O foco de nossa investigação serão as obras de dois filósofos importantes da tradição analítica: W. V. O. Quine e Gottlob Frege. Em especial, faremos um paralelo entre a noção de "sentido" criticada por Quine e a distinção sentido/referência estabelecida por Frege. Tentaremos explicar essa noção através da idéia de condições de verdade, presente na obra de Frege e de fundamental importância na obra de Quine.

Currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4792127Y6

E-mail: arvelloso@ufg.br

Site: https://sites.google.com/site/professoraaracelivelloso/

 

ANDERSON BORGES

Doutor em Filosofia (USP, 2009) / Pós-Doutorado (UNICAMP, 2019) 

Áreas de orientação: Metafísica, Epistemologia e Ética na Filosofia Antiga

Temas: Tem experiência na área de filosofia antiga, com ênfase no platonismo e socratismo. Além desses temas, tem também interesse na ética aristotélica, críticas de Aristóteles a Platão e doutrina aristotélica da substância

Autores: Ética socrática, epistemologia socrática, ontologia platônica, epistemologia platônica, ética platônica, críticas aristotélicas a Platão, doutrina aristotélica da substância e ética aristotélica

Linha de Pesquisa: Metafísica e Teoria do Conhecimento

Orienta: Mestrado e Doutorado

 

Projeto atual de pesquisa: 

A noção platônica de epistêmê nos textos do período intermediário

Esta pesquisa aposta na tese de que os textos da fase intermediária discutem novas soluções para o problema da aquisição da epistêmê. Nesse período, Platão parece apresentar um conjunto de distinções novas que visam disciplinar alguns dos problemas colocados pelo socratismo . No entendimento de Platão, produzir resultados novos em comparação ao socratismo significa formular definições e noções primitivas que permitam articular determinado campo de conhecimento. Trata-se, com efeito, de passar da consciência da inconsistência de certas proposições, um saber garantido pelo elenchos, à posse do conhecimento de razões.

Currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?metodo=apresentar&id=K4773531Y8

E-mail: anderson_borges@ufg.br

 

ANDRÉ DA SILVA PORTO

Doutor em Filosofia (PUC-RJ, 2002) / Pós-doutorado (PUC-RJ, 2022)

Áreas de orientação: Filosofia Analítica, Semântica, Externalismo, filosofia da lógica e da matemática

Temas: Lógica

Autores: Wittgesntein, Frege, Quine, Davidson, Dummett, Kripke, Lewis

Linha de Pesquisa: Lógica e Filosofia da Linguagem

Orienta: Mestrado e Doutorado

 

Projeto atual de pesquisa: 

Wittgenstein, Matemática Categórica e as Teorias do Espaço
Este projeto de pesquisa é uma continuação da proposta anterior CNPq 305076/2010-8 do período 2011/2013. A ideia norteadora daquele projeto, a sugestão de aproximar as noções de 'regra', de Wittgenstein, de 'categórico de observação', de Quine, da noção de 'morfismo', da Teoria das Categorias, permanece central. O novidade importante do presente projeto é uma conexão mais orgânica de um subtema da pesquisa anterior, a Análise Suave, com a hipótese principal. Isso foi decorrente de um recente progresso em nossa compreensão do assunto. A nova ideia é a de que seria iluminador ver o contraste entre as abordagens que estamos favorecendo (a de Wittgenstein e da Teoria das Categorias), e outras abordagens (como a Clássica e a Intuicionista) como dizendo respeito fundamentalmente à maneira como essas entendem a ideia de aplicação da matemática a contextos empíricos. Nas novas abordagens, essa conexão seria de '2ª ordem', e não de '1ª ordem', como querem as propostas mais tradicionais. A matemática não falaria diretamente sobre a realidade empírica, mas, sim, sobre conceitos que, por sua vez, podem ser usados em proposições empíricas

Currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4797673T9

E-mail: aporto@ufg.br

Site: https://sites.google.com/site/andreportoufggo/

 

 

CARLA MILANI DAMIÃO

Doutora em Filosofia (Unicamp, 2003) / Pós-Doutorado (USP, 2019) / Pós-Doutorado (Università degli Studi di Padova, Itália, 2019) / Pós-Doutorado (Universiteit van Amsterdam, Holanda, 2015). 

Áreas de orientação: Estética e Política

Temas: Filosofia e gêneros literários; Filosofia do filme; Estética Moderna e Contemporânea

Autores: Walter Benjamin, Jean-Jacques Rousseau, David Hume

Linhas de PesquisaÉtica e Filosofia Política, Estética e Filosofia da Arte

Orienta: Mestrado e Doutorado

 

Projeto atual de pesquisa:

Título: Estética, Imagem, Sonho, Mito e Escrita.
Resumo: A presente pesquisa trata de questões sobre Estética, Imagem, Sonho, Mito e Escrita tendo por base os seguintes autores: Monique Roelofs, Walter Benjamin, Michael Taussig, Bruce Albert e Davi Kopenawa. "A promessa cultural do estético" de Roelofs será o ponto de inflexão inicial para pensarmos o conceito de estético como uma abertura teórica que nos permite considerar questões para além do campo de estudos convencional da Estética, ao considerarmos o estético como um fenômeno generalizado nas artes e em nossas ações do cotidiano, sendo o estético composto em uma rede de relacionalidades e endereçamentos entre pessoas, ambientes e objetos. Nesse âmbito muitas teorias e práticas estéticas foram constituídas como promessas. O reverso das promessas, entretanto, constituem ameaças. Ameaças que não podem ser entendidas apenas como o ideológico da estética, mas que representam exclusões, geralmente marcadas pelas distinções de cultura, raça e gênero. Walter Benjamin propõe justamente desestetizar a política e politizar a arte, causar estranheza em relação a determinados valores transmitidos pela cultura e politicamente adotados, que são valores afirmados sob a ameaça de exclusão e esquecimento daqueles que não participam do mesmo tipo de política e de cultura. Roelofs critica explicitamente a exclusão de raça, gênero e etnias nas teorias estéticas que foram constituídas como promessas universalizantes do gosto, do belo, de certa ordem que se institui com base nessas categorias, tratadas por Benjamin sob o tema da estetização. Na sequência, Michael Taussig refere-se às promessas teóricas do mundo acadêmico, ao que chama também de magia dos rituais acadêmicos de explicação que visam fornecer uma ordem de explicações encadeadas. É possível perceber as conexões entre os autores citados que procuram um tipo de investigação que reúne crítica, escrita. A essas teorias, reuniremos a questão da imagem e do mito na obra "A queda do céu" de Davi Kopenawa e Bruce Albert.

Currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?metodo=apresentar&id=K4723214E6

E-mail: cmdw16@ufg

 

CRISTIANO NOVAES DE REZENDE

Doutor em Filosofia (USP, 2009)

Áreas de orientação: Filosofia Moderna

Autores: Spinoza

Linha de Pesquisa: Metafísica e Teoria do Conhecimento

Orienta: Mestrado e Doutorado

 

Projeto atual de pesquisa:

Medicina Mentis: A Lógica Genética Seiscentista E Suas Origens Na Tradição Aristotélica

Esta pesquisa tem por objetivo investigar, na transmissão da lógica aristotélica aos séculos XVI e XVII, as origens históricas e as bases conceituais das modernas teorias das definições genéticas, examinando particularmente como essas teorias se inscrevem na tradição que concebe a lógica como uma sorte de terapêutica do pensamento. Utilizadas já por Euclides, mas ainda como um procedimento coadjuvante, as definições de figuras geométricas através do movimento gerador passam, na modernidade, a protagonizar importantes discussões sobre as bases matemáticas da nova ciência da natureza, sugerindo que, simétrico ao conhecido esforço seiscentista de matematização da física, houve também um processo complementar de fisicalização da matemática. E tomado a partir da idéia de emenda das matemáticas (Hobbes), ou de emenda do intelecto (Espinosa), esse processo pode ser caracterizado como uma medicina da mente (Medicina Mentis), tal como foi efetivamente designado pelo matemático alemão E. W. von Tschirnhaus interlocutor de Espinosa e Leibniz em seu livro Medicina da Mente ou Ensaio de uma Lógica Genuína . Centrando-se, pois, nas implicações desse paradigma geométrico-genético para a questão lógica da forma da definição e para a questão epistêmica de seu alcance cognitivo, esta pesquisa examinará a hipótese de que apesar das explícitas censuras dos modernos à teoria aristotélica da definição por gênero e diferença específica existe uma dependência determinante das teorias seiscentistas da definição genética para com a noção de definição quasi-demonstrativa , elaborada por Aristóteles sobretudo no Livro II dos Analíticos Posteriores, onde se defende que a definição científica deve possuir um alcance explicativo, para além do êxito na mera administração extensional de objetos. Para a verificação de tal hipótese serão determinadas as mediações tardo-escolásticas (Zabarella e Suarez) que comunicam esse capítulo da lógica aristotélica aos filósofos modernos.

Currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4734901E4 

E-mail: cnrzende@ufg.br

 

FÁBIO FERREIRA DE ALMEIDA

Doutor em Filosofia (UERJ, 2007) / Pós-Doutorado (UFSCAR, 2021)

Áreas de orientação: Filosofia Francesa Contemporânea, epistemologia, ontologia, poética e literatura

Temas: Filosofia Francesa Contemporânea, epistemologia, ontologia, poética e literatura

Autores: Bachelard, Bergson, Canguilhem, Koyré. A depender da temática, também: Merleau-Ponty, Husserl e Heidegger

Linhas de Pesquisa: Metafísica e Teoria do Conhecimento, Estética e Filosofia da Arte

Orienta: Mestrado e Doutorado

 

Projeto atual de pesquisa: 

A experiência do tempo: acerca da metafísica em Henri Bergson e Gaston Bachelard
O presente projeto de pesquisa tem por objetivo principal examinar a hipótese de que uma metafísica perpassa tanto a filosofia de Henri Bergson (1859-1941) como a de Gaston Bachelard (1884-1962) e de que este aspecto é fundamental à análise do pensamento de ambos. Para tal análise, o problema filosófico do tempo é que deve servir de fio condutor. Este tema filosófico tradicional aparece de um modo muito particular nos dois filósofos: trata-se, antes de tudo, de uma experiência. Deste modo, é esta irrevogável experiência do tempo que, como quer sugerir o título, nos permite alcançar o cerne da metafísica tanto bergsoniana como bachelardiana e, pelo mesmo movimento, permite também compreender o significado que a reflexão filosófica tem para ambos. Com vistas a esta experiência do tempo, que exige uma reflexão metafísica que torna a filosofia dependente da experiência, é que a ciência e a literatura (ou mesmo a obra de arte em geral) se apresentam à reflexão.

 

Gaston Bachelard e a questão da ontologia na ciência e na literatura

O objetivo do projeto é examinar a hipótese de que uma ontologia subjaz a toda reflexão dedicada pelo filósofo francês Gaston bachelard tanto à ciência quanto à literatura, e de que esta ontologia, não desenvolvida por ele próprio por razões inerentes à seu projeto filosófico, é que suporta sua epistemologia bem como sua filosofia literária. Com isto pretende-se também examinar possíveis desdobramentos a partir de seu pensamento.

Currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?metodo=apresentar&id=K4768409A0

E-mail: fabio_ferreira_almeida@ufg.br

 

FILIPE LAZZERI VIEIRA

Doutor em Filosofia (USP, 2015) / Pós-Doutorado (UFES, 2022)

Áreas de orientação: Epistemologia; Filosofia da Ciência; Teoria da Ação; Filosofia da Mente;
Filosofia da Psicologia.

Temas: estrutura e dinâmica de visões de mundo e teorias científicas; holismo epistemológico e metateorias historicistas da ciência; estudos epistemológicos decoloniais; epistemologias de virtudes; aspectos filosóficos do conceito de práxis e suas relações com os conceitos de visão de mundo e teoria; emergência e redução; modelos comportamentais e enativistas de categorias psicológicas e desdobramentos; compromissos ontológicos, metodológicos e axiológicos envolvidos na estrutura e dinâmica da tradição comportamental e de suas subtradições, bem como diálogo com abordagens de outras tradições.

Autores: Abordagens de vários/as autores/as sobre os temas de orientação.

Linha de Pesquisa: Lógica e Filosofia da Linguagem. Ética e Filosofia Política. 

Orienta: Mestrado e Doutorado

 

Projeto atual de pesquisa: 

‘Visão de Mundo’ e ‘Práxis’: Uma Análise de Seus Contornos e Interfaces

O conceito de visão de mundo (ou, em outra terminologia às vezes adotada, cosmovisão, mundivisão, concepção de mundo) conota um conjunto interligado de compromissos ontológicos, epistêmicos, morais, entre outros, de uma comunidade, um grupo, ou mesmo um/a agente individual. Dependendo da visão de mundo que se tenha, interage-se (verbal ou não verbalmente) com o meio (físico ou social) de uma dada maneira em vez de outra (veja-se Lazzeri, 2023). Uma visão de mundo, contudo, não é algo estanque, mas sim algo que sofre modificações a partir da interação dialética entre os comportamentos dos/as agentes e seu meio. Com efeito, esse conceito possui relações importantes com aquele de práxis (caro a algumas tradições no contexto contemporâneo), o qual costuma conotar um subconjunto dos comportamentos humanos; nomeadamente, aqueles que, de modo concreto, dirigem-se à transformação da realidade. Esses comportamentos, costuma-se entender na literatura relevante, dependem de uma teoria ou visão de mundo de fundo, ao mesmo tempo em que esta pode se reconfigurar de acordo com tais atividades no ambiente. Nesta pesquisa, tenho por objetivos gerais: (i) proporcionar uma comparação de um leque limitado, porém representativo, de caracterizações dos contornos dos conceitos de visão de mundo ou afins (W. Dilthey, W. Quine, T. Kuhn, M. Kearney, etc.) e práxis (A. S. Vázquez, P. Freire, E. Dussel, bell hooks, P. H. Collins, etc.); (ii) identificar quais seriam as virtudes e possíveis dificuldades de cada uma das caracterizações estudadas; e (iii) desenvolver uma modelagem de traços gerais desses conceitos, inclusive em suas relações, em linha com uma interpretação comportamental-corporificada (que desenvolvi em alguns trabalhos anteriores, como Lazzeri, 2015; 2016; 2021; Queiroz, Lazzeri & Lopes, 2022) de categorias que os delimitam.

Currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4218229D7

Perfil - Academia: https://ufg.academia.edu/FilipeLazzeri

E-mail: filipelazzeri@ufg.br

 

GUILHERME GHISONI DA SILVA

Doutor em Filosofia (UFSCar, 2011) / Pós-Doutorado (University of British Columbia, Canadá, 2020)

Áreas de orientação: Filosofia do Tempo, Filosofia da Linguagem e Filosofia da Fotografia

Temas:  Metafísica e ontologia do tempo, memória e fenomenologia do tempo, filosofia da fotografia

Autores: Wittgenstein, Bertrand Russell, Mctaggart

Linha de Pesquisa: Lógica e Filosofia da Linguagem. Estética e Filosofia da Arte

Orienta: Mestrado e Doutorado

 

Projeto atual de pesquisa: 

Fotografia, tempo e memória: uma abordagem analítica da filosofia da fotografia
A pesquisa que terá suas linhas gerais expostas a seguir propõe uma investigação em 4 anos a ser desenvolvida no programa de Pós-Graduação, no curso de Filosofia da Faculdade de Filosofia da UFG e em parceria com o projeto de extensão, coordenado pelo proponente, Grupo de Estudos de Filosofia da Fotografia da FAFIL/UFG. O objetivo desta pesquisa é desenvolver uma nova abordagem para a análise e compreensão do estatuto filosófico das imagens fotográficas, levando em consideração as categorias e teses da filosofia analítica e o paralelo com as discussões sobre metafísica do tempo e memórias episódicas. Três questões guiarão as análises a serem desenvolvidas no projeto: i) qual tipo de conhecimento sobre o mundo temos através de fotografias, ii) qual é a função lógica desempenhada pelas fotografias nos pensamentos acerca de entidades conhecidas através de fotografias e ii) quais são as implicações temporais (no campo da metafísica do tempo) e estéticas das linhas de resposta das indagações anteriores. O estudo das respostas a essas indagações, presentes na bibliografia acerca do tema, permite contrapor duas linhas interpretativas gerais: a fotografia como (1) conhecimento por familiaridade (knowledge by acquaintance) e como (2) conhecimento por descrição (knowledge by description). (1) O tratamento da fotografia como conhecimento por familiaridade a concebe como um meio transparente (uma forma de visão prostética), que permitiria ampliar espaço-temporalmente o domínio das entidades conhecidas por familiaridade. Essa concepção desenvolve uma versão fotográfica das teorias semânticas referencialistas diretas, amparada em uma teoria causal da referência. A fotografia teria uma função lógica semelhante a um nome russelliano (a um demonstrativo), que aponta para entidades particulares no passado, através da rota causal que une a fotografia ao referente. Assim, a fotografia deveria possibilitar pensamentos objetos-dependentes (pensamentos singulares) acerca das entidades fotografadas, uma vez que é a entidade acerca da qual pensamos, ela mesma, que nos seria dada através da fotografia. (2) O tratamento da fotografia como conhecimento por descrição desloca a função lógica da fotografia da função referencial para a predicativa. Nesta linha interpretativa, a fotografia exemplificaria propriedades fenomenais, que seriam atribuídas a uma entidade, à qual não teríamos acesso através da imagem. Ao pensarmos acerca de uma entidade conhecida por meio de fotografia, teríamos um pensamento geral (objeto-independente), de que foi o caso que existe alguém (ou alguma coisa) que tem semelhantes propriedades visuais às exemplificadas na fotografia. Em linhas gerais, este projeto tem em vista desenvolver uma análise crítica do tratamento da fotografia como conhecimento por familiaridade, uma defesa da concepção como conhecimento por descrição e explorar as consequências estéticas e temporais dessas linhas interpretativas.

 

As análises de Wittgenstein sobre o tempo e a memória e o desenvolvimento de sua filosofia
Descrição: O objetivo desta pesquisa, de quatro anos de duração, é o estudo da pertinência das análises de Wittgenstein sobre o tempo e a memória, como um importante fio condutor do desenvolvimento de sua filosofia. A partir do estabelecimento desta leitura, esse projeto almeja explorar a interlocução de Wittgenstein com autores que também trabalharam o tempo e a memória. 

Currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4739357H9 

Site: www.ghisoni.com.br

E-mail: guilherme.ghisoni.silva@ufg.br

 

HANS CHRISTIAN KLOTZ

Doutor em Filosofia (Ludwig-Maximilians-Universität München, 1990) / Pós-Doutorado (Ludwig-Maximilians-Universität München, 2016)

Áreas de orientação: Kant e Idealismo Alemão

Temas: Subjetividade, lógica transcendental e especulativa, monismo

Autores: Kant, Fichte, Hegel

Linha de Pesquisa: Metafísica e Teoria do Conhecimento

Orienta: Mestrado e Doutorado

 

Projeto atual de pesquisa:

Pensamento monista e elucidação da consciência na filosofia tardia de Fichte

A teoria da consciência do Fichte tardio envolve duas teses centrais: primeiro, que a consciência não é ontologicamente absoluta, mas fundada numa instância que não é construída por ela (a tese da consciência como “imagem” (Bild) do Ser); segundo, que a consciência produz sua estrutura intencional autonomamente (a tese do caráter auto-organizador da consciência). O principal objetivo do projeto é explicitar a combinação da concepção da consciência como imagem do Ser com a defesa do seu caráter espontâneo e autoconstitutivo na teoria da consciência do Fichte tardio e localizá-la no contexto da filosofia pós-kantiana ao relacioná-la com o pensamento de Jacobi, Schelling e Hegel. Para tal, será necessário investigar as abordagens diferentes sobre a consciência que se encontram nas preleções do Fichte tardio entre 1810 e 1814, ambas nas cinco versões da Doutrina da Ciência e nas preleções introdutórias que Fichte apresentou nesse período. É uma hipótese central do projeto que o pensamento do Fichte tardio busca dar uma resposta à acusação de “niilismo” levantada por Jacobi contra o idealismo da Doutrina da Ciência sem abrir mão da tese de que a “visão objetiva do mundo” é um produto da atividade da consciência pela qual ele gera sua própria intencionalidade teórica e prática. 

 

Revelação, Manifestação e Liberdade. Sobre uma questão central do idealismo alemão

A tese de que o absoluto se manifesta no homem enquanto ser livre é um elemento central do pensamento do idealismo alemão enquanto "espinozismo da liberdade". O objetivo do projeto é reconstruir a vinculação conceitual entre  manifestação (ou revelação) e liberdade no pensamento maduro de Fichte e Schelling e no sistema enciclopédico de Hegel.

Currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4164545D6

E-mail:klotzchr@ufg.br

 

HELENA ESSER DOS REIS

Doutora em Filosofia (USP, 2002) / Pós-Doutorado (Universidade de Coimbra, Portugal, 2015)

Áreas de orientação: Ética, Filosofia Política

Temas: constituição do Estado democrático, liberdade, igualdade, cidadania, participação, virtude, estrutura, exercício e legitimidade do poder, relação democracia-república 

Autores: Tocqueville e Rousseau, primeiramente, mas também Maquiavel, Hobbes e Locke

Linha de PesquisaÉtica e Filosofia Política

Orienta: Mestrado e Doutorado

 

Projeto atual de pesquisa:

Democracia: entrelaçamento de direitos civis, sociais e políticos

O objetivo principal do presente projeto é discutir o entrelaçamento de direitos civis, sociais e políticos como condição para realização da democracia. Partiremos da discussão acerca da relação entre inclusão social e cidadania para investigar a relação entre os direitos civis, sociais e políticos. Do nosso ponto de vista, no pensamento tocquevilleano há uma exigência circular entre a inclusão social e cidadania que não dispensa a ação de todos concernidos. Investigaremos, em primeiro lugar, algumas situações de exclusão social (pobreza, escravidão, preconceitos) tratadas por Tocqueville tendo em vista suas reflexões acerca da ação dos próprios concernidos como protagonistas de sua inclusão. Em segundo lugar, investigaremos também os procedimentos jurídicos e instituições do estado no processo de construção de direitos civis, sociais e políticos,  posto que estes asseguram os ganhos civis, sociais e políticos, ao mesmo tempo que conferem estabilidade à democracia. Embora a proteção jurídico-institucional seja condição necessária para garantia de direitos aos cidadãos e para a estabilidade do estado, tal proteção não é ainda suficiente. Ainda que Tocqueville, como escritor e político, se esforce por construir condições civis, sociais e políticas que promovam convergências entre os cidadãos e estabilidade institucional, tem, contudo, muita clareza acerca das tensões que transpassam as relações entre cidadãos e governo.  Nosso terceiro objeto de discussão será, finalmente, a relação entre o clamor popular e a governabilidade no estado democrático. Ainda que A democracia na América permaneça como uma referência importante para o desenvolvimento deste projeto, investigaremos prioritariamente o Antigo Regime e a Revolução e as Lembranças de 1848 juntamente com os textos de suas viagens, cartas, discursos políticos, rascunhos, pois consideramos que o confronto entre seus escritos dirigidos ao grande público e seus escritos mais pessoais permitirão ampliar e aprofundar a compreensão e a discussão do pensamento tocquevilleano sobre o tema. Ao mesmo tempo, buscaremos confrontar o pensamento de Tocqueville com os autores que lhe são referência constante, como é o caso de Montesquieu e Rousseau, facilitando a compreensão de seu locus na tradição do pensamento filosófico-político; e com autores que lhe sucedem como é o caso de Arendt, Habermas e Lefort favorecendo a ampliação da discussão dos temas investigados. 

Currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4709352D8

E-mail:helenaesser@ufg.br

 

MÁRCIA ZEBINA ARAÚJO DA SILVA

Doutora em Filosofia (Unicamp, 2006)

Áreas de orientação: Ética, Metafísica, Filosofia Transcendental, Idealismo alemão, Estética

Temas: Metafísica, Filosofia Sistemática e a sua relação com a Ética, Subjetividade, Teleologia, Vida e Conhecimento, Arte e Natureza. Aristóteles, Kant e Hegel 

Autores: A filosofia de Hegel, especialmente a Ciência da Lógica, a Filosofia do Direito e a Filosofia da História. Alguns aspectos da filosofia de Aristóteles, Kant, Hobbes e Rousseau

Linha de Pesquisa: Metafísica e Teoria do Conhecimento

Orienta: Mestrado e Doutorado

 

Projeto atual de pesquisa:

Hegel e a Técnica

A questão da técnica está presente na investigação filosófica desde os seus primórdios, em maior ou menor grau de explicitação. Há toda uma tradição de pensamento que remonta à filosofia grega, que diferencia a atividade prática em poiesis e práxis, a primeira caracterizada como atividade produtiva e a segunda como ação. A presente pesquisa tem por objetivo investigar a questão da técnica no pensamento de Hegel e analisar em que medida a distinção entre poiesis e práxis se mantém em sua obra e pode ser útil para o esclarecimento da questão em tela. A pesquisa visa elucidar o que Hegel entende por técnica, em sentido amplo, que incide, como atividade, tanto no trabalho, enquanto produção material e sustento dos indivíduos, quanto na atividade criativa do artista, enquanto produtor de obras de arte (Kunstwerk).

Currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?metodo=apresentar&id=K4784123H6

E-mail:marciazebina@ufg.br

 

MARTINA KORELC

Doutora em Filosofia (PUC-RS, 2006) / Pós-Doutorado (Albert-Ludwigs-Universität Freiburg, Alemanha, 2011)

Áreas de orientação: Fenomenologia, Metafísica

Temas: Temas Gerais da Fenomenologia; Subjetividade e Intersubjetividade; Metafísica e Ontologia e sua relação com ética, sobretudo no pensamento contemporâneo e alguns temas mais específicos nos autores medievais Agostinho e Tomás de Aquino

Autores: Husserl, Heidegger, Levinas, Edith Stein, Agostinho

Linha de Pesquisa: Metafísica e Teoria do Conhecimento

Orienta: Mestrado e Doutorado

 

Projeto atual de pesquisa:

Questões metafísicas na fenomenologia

O projeto se propõe analisar a concepção do ser e do sentido do ser implicada na fenomenologia de Husserl; de modo particular estou interessada em compreender e refletir sobre a relação entre o ser e a subjetividade transcendental e a questão da transcendência do ser em relação à subjetividade transcendental, como também em compreender a relação entre ser e bem, importante para a elucidação do sentido do ser. A hipótese de pesquisa é de que no interior da fenomenologia de Husserl não há resposta satisfatória para uma concepção do ser radicalmente transcendente em relação à subjetividade, o que a meu ver põe em questão também a compreensão do sentido do ser. Husserl contudo pensou, a partir da fenomenologia e para além dela, a possibilidade e necessidade de uma metafísica como ciência universal e radical de fatos. Uma vez que ele mesmo não chegou a desenvolvê-la, nesta pesquisa proponho-me a analisar o pensamento de outros fenomenólogos, influenciados por Husserl, particularmente Edith Stein, para verificar tal possibilidade da elaboração de uma concepção do ser e do sentido do ser não . Um último objetivo da pesquisa consiste na análise da questão sobre o ser e sua relação com o bem em alguns outros autores da tradição metafísica.

 

Ser, interioridade e transcendência em Agostinho

No presente projeto pretende-se, a partir do problema da relação entre subjetividade e transcendência na fenomenologia de Husserl, investigar a compreensão de ser, da interioridade e da sua relação com a transcendência na filosofia de Agostinho. Na sua concepção do ser, é possível evidenciar a radical transcendência do ser divino em relação ao ser das criaturas, mas também a tendência das criaturas, sobretudo da alma humana, inscrita no seu ser, de se transcender em relação ao ser divino. Para a compreensão desta transcendência é fundamental a concepção da interioridade. Pretende-se investigar três aspectos da transcender-se da alma: enquanto é temporal, na medida em que o tempo se compreende unicamente em relação à eternidade, para a qual a alma tende; no seu processo de conhecimento, a interiorização necessária é ao mesmo tempo uma ascensão em direção à Verdade transcendente à alma, que porém só pode ser conhecida pela intervenção da Verdade na interioridade da alma; o terceiro aspecto estudado é a transcendência da alma em direção ao Bem Supremo, pelo amor que move a vontade e que é indispensável também para o conhecimento da Verdade. O objetivo final da pesquisa é avaliar em que medida a concepção agostiniana constitui uma alternativa para a compreensão dos problemas implicados na concepção fenomenológica da transcendência a partir da subjetividade.

Currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4776715Y9

E-mail: martina@ufg.br

 

RAFAEL RODRIGUES PEREIRA

Doutor em Filosofia (PUC-RJ, 2010) / Pós-Doutorado (UFMG, 2011)

Áreas de orientação: ética, política 

Temas: ética antiga (Aristóteles, ética helenística); ética moderna (Kant, utilitarismo); ética contemporânea (Éticas das Virtudes, Ética do Cuidado, bioética), ética e política pós-modernas. Política contemporânea (Rawls, comunitarismo, políticas do reconhecimento), o problema do livre-arbítrio; feminismo. 

Autores: Aristóteles, estoicos, Kant, Rawls, Charles Taylor, MacIntyre, Michael Sandel, autores contemporâneos ligados ao utilitarismo, à bioética, às Éticas das Virtudes e à Ética do Cuidado, Axel Honneth, autores contemporâneos ligados ao debate do livre-arbítrio (Alfred Mele, Derk Pereboom), Michel Foucault.

Linha de Pesquisa: Ética e Filosofia Política

Orienta: Mestrado, Doutorado

 

Projeto atual de pesquisa:

As éticas da virtude e a ética do cuidado como propostas alternativas às éticas consequencialistas e deontológicas 

Descrição: Podemos considerar que a ética contemporânea ainda gira em torno de duas correntes principais que surgiram no decorrer da era moderna, o kantismo (principal representante entre as éticas deontológicas) e o utilitarismo (principal representante das éticas consequencialistas). Nos últimos 30 anos, no entanto, este quadro começou a mudar. Surgiram propostas alternativas que se colocavam em oposição tanto ao kantismo quanto ao utilitarismo. Estas propostas tendiam a criticar elementos que seriam comuns a estas duas correntes, como a ênfase em conceitos morais coercitivos como ?dever e ?obrigação?, na imparcialidade, no universalismo, em princípios formais e em modelos procedimentais (VAN HOOFT, 2006, p. 8). Entre estas propostas, podemos identificar, sobretudo, as Éticas da Virtude (virtue ethics) e a Ética do Cuidado (ethics of care). O momento atual da filosofia moral ainda se caracteriza por um esforço destas ultimas em se afirmar como correntes alternativas ? muitos críticos, de fato, consideram que elas apenas trazem elementos novos, que enriquecem o kantismo e o utilitarismo, sem ter força para se erigir como movimentos éticos per se (NUSSBAUM, 1999). Este é o contexto contemporâneo em que se insere o presente projeto. Pretendemos contribuir para o fortalecimento das Éticas da Virtude e da Ética do Cuidado como propostas alternativas ao utilitarismo e ao neokantismo. Para tanto, cumpre-nos relembrar algumas características relevantes deste debate.

Currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4167256H1

E-mail: rafaelrp@ufg.br

 

RENATO MOSCATELI

Doutor em Filosofia (Unicamp, 2009) / Pós-Doutorado (UFG, 2013)

Áreas de orientação: Filosofia Política; ética

Temas: Conceitos de liberdade; concepções sobre Estado e soberania; republicanismo; liberalismo político; cidadania; relações entre pensamento histórico e teoria política

Autores: Maquiavel, Montesquieu, Rousseau, Rawls, Sandel

Linha de PesquisaÉtica e Filosofia Política

Orienta: Mestrado e Doutorado

 

Projeto atual de pesquisa:

O Republicanismo e a crítica à Filosofia Política Liberal

O liberalismo é uma corrente de pensamento que conquistou um espaço significativo nos últimos duzentos anos, tanto no âmbito da Filosofia Política quanto nas leis e instituições dos Estados, tendo em John Rawls um de seus intelectuais mais destacados no século XX. Porém, ainda que reconheça a importância de várias propostas defendidas pelos liberais, o também filósofo americano Michael J. Sandel não considera que elas sejam o bastante para promover uma vida cívica vigorosa, e busca confrontar o vácuo moral na esfera política – que ele vê como sendo resultado, em boa medida, do predomínio do pensamento liberal – por meio de um republicanismo apropriado aos desafios de nosso tempo. Assim, o objetivo central deste projeto é investigar algumas das questões cruciais postas por esse debate, não apenas mediante uma análise dos fundamentos da concepção republicana de liberdade vinculada ao engajamento político e à virtude cívica − em contraposição à concepção liberal de liberdade como ausência de interferências na esfera individual −, mas também com uma abordagem atenta às divergências entre os autores republicanos sobre o que seria o fator principal para definir a liberdade. A fim de dar a este trabalho o recorte necessário à coerência de seu desenvolvimento, o fio condutor do percurso será propiciado pelo estudo focado nas obras de Rawls e de Sandel, o qual dará ensejo para recorrer igualmente aos textos de outros autores das correntes liberal e republicana sempre que preciso no intuito de buscar respostas aos problemas levantados pelos dois pensadores americanos.

 

Utopia e ficção científica: uma abordagem filosófica a partir da literatura fantástica de Mercier e Rétif de la Bretonne

O século XVIII francês foi um período bastante rico em termos de produção de obras que enveredaram pelo campo da utopia. Essa forma de escrita literária serviu como um veículo privilegiado por meio do qual os autores expressaram ideias correntes no contexto intelectual iluminista, sendo que alguns deles também incluíram em suas narrativas elementos típicos do que ficou conhecido como ficção científica. Assim, neste projeto propõe-se tomar duas dessas obras, a saber, O ano 2440, de Louis-Sébastien Mercier, e A descoberta austral por um homem voador, de Nicolas-Edme Rétif de la Bretonne, como fontes principais para um estudo acerca dessa literatura fantástica setecentista, tendo por objetivo central investigar nela algumas questões cruciais à Filosofia Política. Trata-se de analisar as narrativas utópicas que eles produziram para compreender e problematizar suas concepções sobre o que configuraria uma sociedade bem-ordenada, a partir dos ideais políticos que informam tanto suas críticas às condições vigentes na França, quanto as soluções que eles apontam para a
superação dos erros que enxergavam nesse quadro. A pesquisa também se voltará a investigar as peculiaridades da inserção dessas fontes nos gêneros da utopia e da ficção científica, e como elas dialogam com a filosofia da história ligada à ideia de progresso, bem como com as concepções científicas em desenvolvimento em sua época. Igualmente, pretende-se contribuir com a divulgação dos textos de Rétif de la Bretonne e Mercier no Brasil mediante traduções para o português que serão feitas para publicação em edições críticas.

Currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4779771H7

E-mail: rmoscateli@ufg.br

Perfil - Academia: https://ufg.academia.edu/RenatoMoscateli

 

RICARDO BAZILIO DALLA VECCHIA

Doutor em Filosofia (Unicamp, 2014) / Pós-Doutorado (Technische Universität Berlin, Alemanha, 2021) / Pós-Doutorado (Universidade Nova de Lisboa, Portugal, 2021)

Áreas de orientação: Ética, Metafísica e Estética

Temas:  Crítica da moral: poder, liberdade, responsabilidade, culpa, punição, genealogia. Crítica da metafísica: corpo, subjetividade, perspectivismo, filosofia experimental. Crítica da cultura: niilismo, décadence, trágico. 

Autores: Nietzsche, Schopenhauer, Kant, Neo-kantianos, Foucault

Linha de Pesquisa: Ética e Filosofia Política, Estética e Filosofia da Arte

Orienta: Mestrado e Doutorado

 

Projeto atual de pesquisa:

Genealogias: estilo, poder, verdade

Genealogia constitui um dos operadores teóricos mais importantes da filosofia dos dois últimos séculos. Ela se consolidou como um dos principais expedientes de análise das condições de emergência histórica dos conceitos, instituições e valores morais. Seu legado pode ser percebido nos mais diversos discursos de resistência e enfrentamento da rigidez e unilateralidade das estimativas de valor, tendo frutificado numa ampla e complexa reavaliação das estruturas epistemológicas e normativas da tradição. Diante disto, pretende-se investigar os principais interlocutores, dispositivos e expedientes que envolvem a Genealogia, organizados em quatro eixos: i) histórico; ii) epistêmico; iii) crítico; iv) estilístico. Tendo como ponto de partida a filosofia de Nietzsche e de alguns de seus interlocutores, revisaremos os desdobramentos e as reformulações do dispositivo crítico-genealógico, particularmente no pós-estruturalismo, investigaremos o resgate da crítica genealógica pela filosofia moral contemporânea em contraponto aos sistemas normativos como o do utilitarismo, da deontologia e da ética do discurso para, finalmente, discutirmos sobre o papel da genealogia no debate sobre as novas modalidades de normatização.

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9476600097405010

E-mail:ricardovecchia@ufg.br

 

 

VITOR BRAGANÇA

Doutor em Filosofia (PPGLM/UFRJ, 2016)
Áreas de orientação: Metafísica e Gnosiologia escolásticas
Autores: Duns Scotus, Guilherme de Ockham, Tomás de Aquino e outros
Linha de Pesquisa: Metafísica e Teoria do Conhecimento
Orienta: Mestrado

Projeto de pesquisa atual:

Simplicidade e infinitude na metafísica medieval
O objetivo que se busca alcançar com o projeto é um exame pormenorizado e avaliação de teses da metafísica medieval em cujo desenvolvimento sobrevenha o uso, quer implícito quer explícito, das noções de simplicidade ou infinitude. Seu largo escopo alicerça-se na pretensão de que o mesmo se desdobre em uma série de pesquisas mais específicas articuladas dos três modos a seguir. Em primeiro lugar, institucional, através de orientações tanto em graduação quanto em pós-graduação. Em segundo lugar, histórico, em virtude não apenas do enfoque na idade média, mas também dos laços de influência estabelecidos entre os quadros teóricos a serem estudados. Finalmente, de modo temático, a partir de um núcleo conceitual compartilhado e de sua inserção em um conjunto de tópicos tradicionais de metafísica tais como: provas da existência de Deus, distinção entre ser e essência, individuação, predestinação e liberdade.

Currículo Lattes: https://lattes.cnpq.br/6058753662337487
E-mail: vmb@ufg.br

 

WELLINGTON DAMASCENO DE ALMEIDA

Doutor em Filosofia (Unicamp, 2013) / Pós-Doutorado (Rice University, Estados Unidos, 2019)

Áreas de orientação: Filosofia Antiga

Temas: Lógica, Metafísica, Epistemologia e Ética na Filosofia Antiga

Autores: Platão e Aristóteles

Linha de Pesquisa: Metafísica e Teoria do Conhecimento

Orienta: Mestrado e Doutorado

 

Projeto atual de pesquisa: https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/115/o/projeto-de-pesquisa-fafil-ufg-2019-2023.pdf

Conhecimento Científico e Causalidade na Filosofia da Ciência de Aristóteles

Trata-se de investigar o papel da causalidade na demarcação do contraste entre conhecimento científico (epistêmê) e conhecimento não-científico (ou pré-científico) na epistemologia e filosofia da ciência de Aristóteles. Mais precisamente, trata-se de investigar quais efeitos a descoberta da causa tem sobre definienda, explananda e demonstranda na epistemologia e filosofia da ciência de Aristóteles. 

 

Paradigmatismo aristotélico 

Trata-se de investigar o pouquíssimo explorado paradigmatismo aristotélico, teoria segundo a qual a inteligibilidade de qualquer multiplicidade (homogênea) de objetos (por exemplo, de cores, de figuras retilíneas, de movimentos etc.) depende, em alguma medida, do estabelecimento de um paradigma que atua como princípio de conhecimento em referência ao qual os membros da multiplicidade que lhe é correlata são julgados e ganham cognoscibilidade. Aristóteles aponta a origem desta teoria no domínio da matemática – mais precisamente na aritmética, domínio em que o paradigma é a unidade e os números perfazem a multiplicidade correlata sobre a qual opera tal princípio – e parece pressupor que a aplicação dela se estende a todas as categorias de realidades. O principal propósito desta pesquisa consiste em não apenas reconstituir em detalhe tal teoria, através dos textos da Metafísica em que Aristóteles lhe faz alusão, mas também em identificar e avaliar a ocorrência desta doutrina nas demais obras do autor, tendo em vista determinar a importância que lhe é destinada, não apenas na Metafísica, mas ao longo de toda a filosofia aristotélica.

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7297509489292287

E-mail: wellington_damasceno@ufg.br

 

 

PROFESSORES COLABORADORES

 

FABIEN GEORGES JACQUES SCHANG

Doutor em Filosofia (Universidade de Nancy 2, 2007)

Áreas de orientação: epistemologia, filosofia da lógica, filosofia da linguagem, filosofia formal, semântica formal

Temas: bilateralismo, engenharia conceitual, pluralismo, relativismo, teoria das oposições, teoria dos valores, lógicas não clássicas, lógicas filosóficas, multivalência, teoria do questionamento, filosofia formal (aplicações na epistemologia, ciência política, ontologia, filosofia moral), pensamento crítico

Autores: Aristóteles, Belnap, Blanché, Brandom, da Costa, Frege, Granger, Hegel, Kripke, Lukasiewicz, Platão, Prawitz, Priest, Russell, Searle, Shramko, Wansing, Wittgenstein

Linha de Pesquisa: Lógica e Filosofia da Linguagem

Orienta: Mestrado

Projeto atual de pesquisa: 

As formas do desacordo

Um relato formal do pluralismo é promovido da seguinte maneira para dar sentido a uma variedade de tipos de desacordo entre agentes arbitrários, sejam eles indivíduos, comunidades sociais ou mesmo sistemas filosóficos. Ao afastar-se do monismo (uma verdade, um critério de correção), tal abordagem também se afasta do relativismo, na medida em que este afirma que a existência de diferentes relatos de verdade trivializa a busca por qualquer padrão comum de raciocínio. Em vez disso, o pluralismo afirma que pode haver um padrão comum de correção, incluindo mais de um relato da verdade.

Três aspectos do pluralismo são considerados em todo o programa: lógico, sobre o significado de constantes lógicas e validade; epistêmico, sobre o critério apropriado de justificação; axiológico, sobre a natureza dos valores ao início de uma divergência.

O objetivo deste programa é defender uma teoria especial do significado: o bilateralismo, que requer dois tipos fundamentais de justificação, isto é, afirmação e negação, por trás de qualquer tipo de discurso significativo. Uma revisão profunda dos valores de verdade também é necessária para construir uma teoria correspondente do significado e explicar uma aplicação da lógica abstrata a problemas filosóficos de longa data.

 

Subprojetos de pesquisa: 

Pluralismo meta-político

O presente subprojeto pretende abordar os conceitos políticas de “esquerda” (E) e “direita” (D) através de três premissas básicas:


(1) E e D são valores políticos que se opõem sobre a construção do bem comum;

(2) E e D não são objetos simples mas estruturados, cujos componentes são subvalores;

(3) esses subvalores são baseados sobre os valores axiológicos do bem e do mal e que serem parizados com os valores lógicos da verdade e da falsidade.

A caracterização desse bem comum pode ser de natureza histórica ou analítica, dependendo se a análise de E e D corresponde a eventos históricos ou valores sociais gerais que fazem sentido da política como uma atividade organizacional.

 

Álgebras construtivas do discurso jurídico

Este projeto é centrado em um uso essencial da conhecida teoria da oposição, a fim de produzir um modelo de granulação mais fina da teoria do discurso jurídico de Larry Laudan. Nosso principal objetivo é fazer uso de ferramentas lógicas e algébricas para uma abordagem mais abrangente do discurso jurídico, especialmente por meio de uma abordagem construtiva dos valores de verdade e de uma semântica de perguntas e respostas.

 

Duas lógicas do não-ser: O Parmênides e O Górgias de Platão

O objetivo é de atualizar a “lógica” de dois diálogos de Platão: O Parmênides e O Górgias, através uma reformulação formal destes diálogos. Em particular, trata-se de mostrar que a ontologia monista do Parmênides impede qualquer formulação semântica na lógica de primeira ordem e conduz à teoria do não-ser de Górgias. A reconstrução da ontologia formal e a distinção entre as ontologia e semântica formais deveriam contribuir para uma clarificação dos conceitos de “um” e de “ser”.

O trabalho é baseado sobre quatro teses principais, isto é:


(1) Unidade corresponde a algo indizível, assim coincidindo com o não-ser.


(2) O argumento de redução do Parmênides contra a pluralidade das coisas se funda sobre uma ontologia hileicista ou do tipo nominalista, na qual todos os objetos são um símbolo em igualdade com alguns outros um (não incluí relação, apenas relação de um-um); a consequência absurda do argumento dele (unidade não pode ser um) ajuda no suporte do morfismo dele: eles são apenas tipos, de acordo com a doutrina dele do repouso e permanência.


(3) A confusão entre semântica e ontologia tende a obscurecer o diálogo:
Parmênides assume os monismos semântico e ontológico (eles são apenas tipos e formas); Platão assume o dualismo semântico (eles são substâncias, ou símbolos, e propriedades de substâncias dos tipos) enquanto assumem uma ontologia monista (apenas as formas são reais; Aristóteles assumirá um hilemorfismo completo: ambos, um dualismo semântico e ontológico.


(4) A unidade precisa de um monismo semântico para fazer sentido, por isto a impossibilidade de expressá-la; isto explica (1), a saber: a unidade é insubstituível.

 

Currículo Latteshttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4420393D2

E-mail: fabienschang57@ufg

 

JOSÉ TERNES

Doutor em Filosofia (USP, 1993)

Áreas de orientação: Filosofia Contemporânea Francesa e Filosofia e Literatura

Temas: Educação, Foucault, ciência, Bachelard, filosofia e literatura

Autores: Michel Foucault, Bachelard, Canguilhem e outros

Linha de Pesquisa: Metafísica e Teoria do Conhecimento

Orienta: Mestrado e Doutorado

Projeto atual de pesquisa: 

Educação e Modernidade

Pretende-se investigar a ideia de modernidade cultivada especialmente na filosofia francesa contemporânea, quer na história das ciências (epistemologia histórica), quer nas histórias arqueológicas de Michel Foucault. A proposta tem por objeto o pensamento educacional moderno (século XIX e XX), contemplando duas frentes de estudo: a) ciência moderna e educação; b) literatura e educação. Há estreita relação entre assas perspectivas. Um mesmo solo epistemológico as legitima. Uma exigência comum, o próprio saber moderno. Segundo Bachelard, uma ética da vida intelectual. Do cientista se espera um engajamento racionalista. Do poeta, a coragem do devaneio. Nenhuma pedagogia, então, a priori. A educação científica terá que ser pensada imanente à cidade científica. Da mesma forma, no reino das musas, o que dará o tom será a obra, antes que a escola.

 Arte, Filosofia, Literatura: Discursos Inaugurais da Modernidade

Pretende-se trabalhar as noções de arte, literatura e filosofia a partir de textos teóricos e literários considerados inaugurais na formação de nossa modernidade. Especial atenção será dada à noção de modernidade cultivada pelos modernistas franceses e brasileiros da primeira metade do século XX. 

Currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?metodo=apresentar&id=K4796259Y9

E-mail: joseternes@hotmail.com

 

THIAGO SUMAN SANTORO

Doutor em Filosofia (PUC-RS, 2009)

Áreas de orientação: Teoria do Conhecimento, Metafísica, Filosofia Moderna, Idealismo Alemão, Filosofia da Música, Filosofia Oriental, Ética Animal

Temas: Idealismo, Intuição, Consciência, Subjetividade, Improvisação, Anti-Especismo e Não-violência

Autores: Berkeley, Kant, Fichte, Schelling, Hegel, Schopenhauer, Husserl, Adorno

Linha de Pesquisa: Estética e Filosofia da Arte, Metafísica e Teoria do Conhecimento

Orienta: Mestrado e Doutorado

 

Projeto atual de pesquisa:

Intuição, imaginação, improvisação: Fundamentos filosóficos para uma estética musical contemporânea

A presente pesquisa pretende investigar os possíveis fundamentos filosóficos de uma estética da improvisação musical, tomando como base teórica a tese do paradigma audiotátil desenvolvida por Vicenzo Caporaletti. Para tanto, o projeto divide-se em três partes principais: 1) uma análise detalhada da crítica adorniana ao jazz e à música improvisada, tentando compreender sua justificação interna de acordo com os pressupostos  filosófico-musicológicos sustentados em Filosofia da Nova Música; 2) uma revisão bibliográfica das contribuições contemporâneas ao debate filosófico sobre música e improvisação, considerando especialmente a obra de Alessandro Bertinetto; e, como parte principal, 3) uma investigação sobre a fundamentação filosófica do paradigma audiotátil, bem como seus possíveis desdobramentos enquanto teoria estética musical. Na medida em que as evidências históricas assim o permitirem, pretende-se também resgatar algumas raízes do debate sobre improvisação musical nas teorias modernas da imaginação.

Currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4776839Z1

E-mail: thiago_santoro@ufg.br